No interior de São Paulo, uma área rural urbanizou-se, destacou-se no cenário econômico nacional e abriu as portas do estrangeiro para os seus produtos. Era o complexo coureiro-calçadista de Franca. Na segunda metade do século XX, os planos do nacional-desenvolvimentismo, de substituição das importações – mediante industrialização fabril –, encontrou bons sapatos para usar.
Nos 40 anos cobertos pela sistemática e minuciosa investigação de Vinícius de Rezende, os trabalhadores e as trabalhadoras também protagonizaram lutas que impulsionaram a marcha adiante do movimento social, perante um adversário tão poderoso quanto fisicamente próximo e vigilante; até mesmo íntimo.
Com invejáveis energia e argúcia, Vidas fabris analisa não só relações entre capital e trabalho, de equilíbrio e convivência, mas também de tensão e diferenças. Ao contrário do que se pode pensar, operários e operárias não se reduziam a sua força de trabalho, a uma quantidade de energia a ser vendida e comprada. Não eram número. Também não estavam alienados e à deriva, como dominados ou consumidores. Não eram um grupo social que vivia para o desfrute dos outros.
Este livro ilumina o delicado e colorido processo no qual homens e mulheres viveram grande parte de suas vidas dento de fábricas, recinto de sólidas – ou capilares – raízes estendidas até o bairro, o cotidiano, a família operária. Olhando de cima, são seres brutos e ignorantes submetidos à pobreza e exploração. O autor, contudo, foi ao seu encontro no chão de fábrica, respirou a cultura operária e formulou análise de excepcional qualidade.
A História Social dá novo e notável passo adiante. Vem bem na hora e produz satisfação em quem o lê.
Antonio Luigi Negro - Departamento de História (UFBA), pesquisador CNPq
Sobre o autor: filho de família operária, Vinícius de Rezende graduou-se em História pela UNESP-Franca, onde também fez o mestrado; é doutor em História Social pela Unicamp e professor do Departamento de História da UFBA. Especialista em História do Trabalho, tem se dedicado ao estudo das transformações dos processos produtivos e das variadas formas de resistência operária desenvolvidas no cotidiano fabril. Também pesquisa temas como assistencialismo e paternalismo industrial, Justiça do Trabalho e sindicalismo. Além de historiador, é ciclista de longa distância.
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Autor |
Vinícius de Rezende |
Editora |
ALAMEDA EDITORIAL |
Idioma |
PORTUGUÊS |
Encadernação |
Brochura |
Páginas |
534 |
Ano de edição |
2017 |
Número de edição |
1 |