A VIDA É MAIS DO QUE FICAR SÓ ESPERANDO.
Em 23 de maio de 2022, o jovem aventureiro brasileiro Jesse Koz morreu tragicamente nos Estados Unidos a poucos dias de alcançar seu grande sonho: chegar ao Alasca viajando de Fusca, na companhia do seu cão Shurastey. O que poucos sabem é que ele havia deixado um livro escrito pronto, contando sua história de vida e de suas viagens, que estava para ser publicado. Agora aqui está ele, finalmente, pela primeira vez. Minha jornada com Shurastey é mais que um livro, é mais que uma história de viagem. É uma homenagem póstuma a um jovem e seu cão que não hesitaram em ir atrás de um sonho e usufruir a vida.
Shurastey ou Shuraigow? Uma brincadeira abrasileirada com a música da banda inglesa The Clash deu origem ao nome do cachorro mais fofo que você vai conhecer – e mais do que isso, parceiro e melhor amigo de um jovem aventureiro: Jesse Koz. Trocando a vida cômoda de quem trabalhava enclausurado num shopping pela liberdade das estradas sul-americanas, Jesse, acompanhado do seu inseparável golden retriever, a bordo de um antigo fusca, o Dodongo, nos brinda com uma espetacular road trip por cenários de rara beleza, como lagos, montanhas e geleiras, e também uma história sobre coragem e amizade.
Jesse e Shurastey viveram intensamente, juntos, até o fim, o trágico fim que foi amplamente noticiado: em maio de 2022, nos Estados Unidos, um grave acidente envolvendo o fusca, conduzido por Jesse, foi fatal para a dupla, lamentavelmente. Antes, porém, de percorrerem a América do Norte, que tinha o Alasca como objetivo, Jesse e Shurastey se aventuraram pela América do Sul, passando pelo sul do Brasil, pelo Uruguai, pela Argentina, pelo Chile, cruzando a lendária Patagônia e tendo Ushuaia, o ponto mais meridional do continente, como destino.
Entre as viagens pelas Américas do Sul e do Norte, Jesse parou em Porto Alegre por alguns meses e escreveu sua história, que deu origem a este livro, Minha jornada com Shurastey. Um verdadeiro road book, repleto de personagens singulares (além dos protagonistas, as figuras curiosas que encontravam pelo caminho), momentos emocionantes, divertidos ou amedrontadores e também de muitos perrengues, como o frio avassalador ou os problemas mecânicos do fusca, que frequentemente os desafiavam. Ingredientes, ou combustível, para uma história fabulosa.
Literatura de viagem pura, que nos remete a clássicos, de On the road: pé na estrada, de Jack Kerouac (mas sem as loucuras psicodélicas), a Na natureza selvagem, de Jon Krakauer, com pitadas de Marley & eu, de John Grogan. Mas não se engane. Minha jornada com Shurastey tem seu estilo próprio, narrado por Jesse – com a colaboração do escritor e editor Zizo Asnis (ele próprio um viajante contumaz, que igualmente já percorreu de carro toda América do Sul até o Ushuaia) – com uma sinceridade e paixão visceral.
Obrigado, Jesse, esteja onde estiver.