Dos escritos de Guimarães Rosa dizemos que “contar é muito dificultoso. Não pelos anos que já se passaram. Mas pela astúcia que têm certas coisas passadas de fazer balancê, de se remexerem dos lugares. […]”. É bem assim que trazemos os registros contidos nesta obra, com os caminhos trilhados pelo Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Gestão, Trabalho e Educação – GEPGTEC, iniciados nos idos de 2010, lá pelas bandas do nordeste paraense, no Campus X/UEPA/Igarapé-Açu. Em 2020 completamos uma década de existência, momento que está sendo coroado com este livro. Nele estão registrados o que temos feito no sentido de propiciar diálogos mais do que necessários acerca da educação de pessoas encarceradas. O poder da invisibilidade no interior do cárcere e o preconceito, ou melhor, a repulsa socialmente constituída, com relação às pessoas encarceradas, precisa ser confrontada até que desapareça. Nossa responsabilidade é fazer valer pela via da educação e do trabalho, a reinvenção, a ressignificação das tantas vidas – entre e fora das grades. São vidas que precisam viver de maneira mais digna, liberta e humanizada. Há que se construir mais escolas e menos celas. Essa é a aposta de professores e professoras que atuam no sentido de apontar possíveis caminhos, pela via da educação em prisões. Eis a nossa aposta! Maria Auxiliadora Maués de L. Araujo (SEDUC/UEPA/CCSE/DEDG/GEPGTEC)