Dizer que o jornalismo vai mal das pernas, que está em crise –em pleno 2020 – parece, e até de fato é, um truísmo. O que não significa que isso não deve ser afirmado, reafirmado e até escancarado, pois muitos jornalistas, como pesarosos diante de um corpo moribundo, se negam a reconhecer o fato. Se apegam a uma realidade que não existe mais e não voltará, aderem à espiral do silêncio ou embarcam no lucrativo negócio de emplacar as narrativas de seus patrões. Contudo, em um plenamente justificado arroubo de revolta contra o que transformaram sua atividade profissional, Rogério Silva Araújo, já brilhante autor da Armada, neste Pequeno manual de sobrevivência do consumidor de jornalismo retoma Chesterton e pretende uma "re-forma", como lembrete, um retorno à forma para os praticantes da atividade jornalística e um guia para consumidores. — André Assi Barreto