Conhecida por manter uma longa tradição literária, a Rússia também tem no teatro uma de suas mais importantes manifestações artísticas. Neste livro, ao longo de oito ensaios críticos, Arlete Cavaliere, professora titular da USP, nos apresenta um panorama temático do teatro russo visto pelo original prisma da paródia e do grotesco.
Partindo de uma série de análises aprofundadas da obra dramática de Nikolai Gógol, fundador de toda uma tradição satírica — em especial em suas peças O inspetor geral (1836), O casamento (1842) e Os jogadores (1842) —, a autora passa então a traçar a influência dessa estética sobre a dramaturgia do teatro russo moderno.
Isto se dá em ensaios sobre o percurso artístico de Anton Tchekhov, das pequenas farsas do início de sua carreira aos dramas tragicômicos que hoje integram o repertório universal do teatro, como A gaivota (1896) e O jardim das cerejeiras (1904); sobre as flutuações entre o moderno e o tradicional no teatro simbolista, com uma leitura perspicaz do drama lírico Balagántchik (1906), de Aleksandr Blok; e sobre os usos da dicotomia sério-cômico nos experimentos futuristas de Vladímir Maiakóvski, ápice do teatro soviético de vanguarda.
Sem restringir-se ao aspecto puramente literário dessas obras, a autora inclui em seu itinerário crítico análises das encenações visionárias de Stanislávski e Meyerhold, usando-as também como fios condutores de seu estudo.
Esta nova edição de Teatro russo, ricamente ilustrada, traz ainda um ensaio sobre a cena russa contemporânea centrado na obra de Vladímir Sorókin, autor da polêmica peça Dostoiévski-trip (1997) e um dos grandes nomes do pós-modernismo na Rússia.
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Autor |
Arlete Cavaliere |
Editora |
EDITORA 34 |
Idioma |
PORTUGUÊS |
Encadernação |
Brochura |
Páginas |
384 |
Ano de edição |
2024 |
Número de edição |
1 |