• Saúde mental e gênero: diálogos, práticas e interdisciplinaridade

(...) De que forma o mandato da diferença sexual, presente na construção dos conhecimentos médicos e psicanalíticos sobre a histeria, se atualiza nos modos contemporâneos de tratamento da aflição? O que temos percebido em pesquisas etnográficas e interdisciplinares é que os discursos da diferença de gênero, mesmo não sendo em muitos momentos explicitados de forma clara, constituem e ditam práticas de profissionais e agentes do Estado nas áreas de saúde em geral, de saúde da mulher e de saúde mental. Dois conceitos têm operado nesses dispositivos, de forma articulada ou não. O primeiro é o conceito de ciclo de vida da mulher como parâmetro para pensar sua maior ou menor vulnerabilidade para a vivência de problemas ou distúrbios de ordem psicológica ou mental. (...) O outro conceito que opera, mais ligado aos saberes e culturas psi contemporâneos, é o de subjetividade feminina, largamente utilizado em discursos dos mais diversos, do campo das psicologias ao feminismo. Seu fundamento é, a partir de uma substantivação do que seja a própria ideia de subjetividade, qualificar o que seriam os sujeitos femininos, vistos assim como detentores de um modo específico e intrínseco de subjetividade. Falar dessa maneira em subjetividade feminina acaba mais uma vez reforçando os regimes da diferença, naturalizando processos que são construídos histórica e politicamente.(...)

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Autor Ana Paula Müller de Andrade
Editora APPRIS
Idioma PORTUGUÊS
Encadernação Brochura
Páginas 244
Ano de edição 2014
Número de edição 1

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Saúde mental e gênero: diálogos, práticas e interdisciplinaridade