A obra insere-se no campo da pesquisa (auto) biográfica, como a descreve António Bolívar, buscando na teoria das narrativas, de Paul Ricoeur, a hermenêutica pertinente para interpretar as narrativas docentes, com destaque para a resiliência docente no contexto da Educação Superior. A riqueza das informações colhidas pela autora merece ser aclamada como mérito de uma pesquisadora que se dispôs a escutar sensivelmente as experiências de professores ao longo de suas trajetórias como formadores de professores. Conteúdo autenticado pela análise narrativa hermenêutica, cotejando vivências significativas, suas recorrências e seus inéditos-viáveis, para lembrar nosso saudoso Paulo Freire, fornecendo-nos a esperança pedagógica na autoformação docente. A alteridade envolve, neste sentido, o outro, movido pela ética do humano e da sensibilidade. O outro de muitos rostos e gostos; o outro que habita a ambiência em que me movo e me [trans]formo. E assim, percebemos que o Jardim da Resiliência Pedagógica sintetiza o corpus teórico, pois o Jardim é a própria ambiência [trans]formativa em que a resiliência pedagógica se instaura como inédito e como viável.