Isso quer dizer que muito do que se escreve ou se diz a respeito da França ou dos Estados Unidos, ou de suas relações, é o produto do enfrentamento entre dois imperialismos, entre um imperialismo em ascensão e um imperialismo em declínio, e deve muito, sem dúvida, aos sentimentos de revanche ou ao ressentimento, sem excluirmos que algumas reações que seríamos levados a classificar dentro do antiamericanismo ressentido podem e devem ser compreendidas como estratégias de resistência legítima às novas formas de imperialismo... Como distinguir entre as formas regressivas, nacionalistas ou nacionalitárias, que visam salvaguardar mercados culturais protegidos e as formas legítimas de defesa contra a destruição de modelos ameaçados pela concentração monopolista?" (Do texto de P. Bourdieu, "Dois imperialismos do universal", publicado na França em 1992.