Em todos os tempos, desde sempre, foi dificílima a tarefa de educar. João Crisóstomo dizia que, muito mais difícil do que a tarefa do pintor, que dá vida e cores a uma tela branca, e a do escultor, que tira do mármore bruto uma figura humana ou divina, é a tarefa do educador, que trabalha na alma humana da juventude e dela deve tirar tudo o que faça vencer na vida. Foi sempre difícil.

Hoje, porém, ninguém o ignora, a tarefa é, de muito e muito, mais difícil. Vivem a criança e o adolescente trabalhados por tudo aquilo que estraga, corrompe ou que torna mesmo quase impossível o trabalho sério do educador.

O cinema, como o temos vulgarmente, deseduca; as revistas infantis e ilustradas deseducam também; as praias e piscinas e o exagero dos esportes e a liberdade de que gozam não só as crianças mas as meninas e mocinhas também, ninguém pode negar que tudo isso torna nulo qualquer esforço de educação séria; os rádios, televisão e cinemas, as modas, também masculinas, e, desgraçadamente, a vida moderna descontrolada nos próprios lares domésticos, são a negação do próprio sentido de educação; e a política amolecada de hoje que exibe, nos comícios barulhentos, a ausência mais vergonhosa de qualquer educação elementar, que influência funesta exercerá sobre a mocidade e sobre as massas!