A presente coletânea tem por objetivo apresentar a produção acadêmica de docentes e pesquisadoras/es assistentes sociais acerca das relações raciais e sua interseção com a questão social no Brasil a partir de pesquisas realizadas nas mais diversas regiões do país. As pesquisadoras e o pesquisador dessa obra são participantes da Ênfase em Relações Étnico-Raciais e Desigualdades/Antirracismo e Serviço Social do Grupo Temático de Pesquisa (GTP) Serviço Social, Relações de Exploração/Opressão de Gênero, Feminismos, Raça/Etnia e Sexualidades da Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social (Abepss).

A obra está dividida em três partes. Na primeira, intitulada “Capitalismo, racismo e formação social brasileira”, as autoras privilegiam em suas análises questões como a acumulação do capital transnacional, a superexploração da força de trabalho da população negra, as condições de vida das mulheres negras, os direitos humanos e a persistência do racismo sustentado pelo pensamento social brasileiro. A segunda parte do livro nos impulsiona a mergulhar na análise acerca da “Política social, Serviço Social e questão racial”, com artigos que recuperam a importância do aprofundamento nas relações étnico-raciais para que o trabalho profissional no âmbito das políticas sociais seja mais assertivo e possibilite avançar em consonância com o Projeto Ético-Político da profissão. A terceira parte, intitulada “Sujeitos sociais, Serviço Social e formação antirracista”, nos convida a descolonizar o pensamento e apreender as contribuições históricas das mulheres para a preservação das religiões de matriz africana, o protagonismo dos coletivos de estudantes negras e negros no ensino superior, a relevância da pauta étnico-racial e de gênero para a formação com qualidade em Serviço Social e a importância do cumprimento da Lei 10.639/03.



“O conjunto de textos que compõem este livro toma e retoma a questão racial no âmbito da sociedade brasileira, estabelecendo uma interface com o Serviço Social. São dozes artigos que discutem, retratam e buscam intervir nas diversas áreas do conhecimento humano, bem como nas realidades forjadas a partir da relação entre capital e trabalho que intensificam o racismo estruturante em nosso país. Esta obra poderá redimir o Serviço Social do seu silêncio diante das desigualdades, inequidades e vulnerabilidades que afetaram e ainda afetam a população negra. O século XXI exigirá do Serviço Social um maior compromisso na defesa intransigente das ações afirmativas nos diversos setores da sociedade, sobretudo na área da educação, pensando a pré-permanência, a permanência e a pós-permanência e tendo em vista a inserção no mercado de trabalho.” - Elisabete Aparecida Pinto