Uma prática crítica da psicoterapia nos permite distanciar das identidades sociais cotidianas, por meio das quais o social se encarna no psíquico e o sujeita a roteiros estereotipados, incluindo aqueles ligados a nossos modelos terapêuticos. A dimensão poética pode assim emergir de eventos singulares dos quais certas palavras que permanecem podem dar testemunho, abrindo mundos alternativos frente à hegemonia daqueles estereótipos que congelam o que é único e irrepetível na experiência humana. Transcendendo a domesticação de nossas identidades constituídas e estabilizadas de modos rígidos e a abstração do sujeito filosófico, a dimensão poética se instala como uma exceção a uma sensibilidade cotidiana adormecida para gerar eventos em torno dos quais se faz presente, na psicoterapia e em uma comunidade em formação. Esta é uma concepção da psicoterapia como uma aventura poética e de crítica social na qual a linguagem é parte de um regaço a habitar de um modo poético. Como tal, essa concepção crítico-poética da psicoterapia é tanto uma alternativa aos enfoques puramente técnico-racionais daqueles que concebem as aplicações da neurociência, quanto aos fundamentados no giro linguístico, todos os quais se tornam hegemônicos. A posição crítico-poética não é uma empresa hermenêutica ou educativa estabilizada, mas sim um convite a uma descontinuidade sempre aberta como uma promessa de palavras por vir que irá continuar em uma aventura de sentido. Marcelo Pakman
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Autor |
Marcelo PAKMAN |
Editora |
CRV |
Idioma |
PORTUGUÊS |
Encadernação |
Brochura |
Páginas |
316 |
Ano de edição |
2022 |
Número de edição |
1 |