Vemos, pois, que, para que uma mudança no estatuto da mulher tivesse sido possível, foi preciso que a luta deixasse de ser a de indivíduos isolados, que uma mudança ideológica sem procedentes surgisse, que a natureza do trabalho se modificasse, que as mulheres tivessem acesso à mesma educação que os homens, que o progresso da biologia e da medicina reduzisse a mortalidade infantil, permitisse ter filhos vivos com maternidade planejadas, que esse planejamento ficasse essencialmente nas mãos das mulheres. Para as mulheres, ainda há um salto a ser dado. Elas têm uma culpa específica por acumular o que, na cultura, foi até aqui considerado feminino e o que foi considerado masculino: ter filhos e ter um êxito profissional de mais alto nível. Certo, muitas mulheres sempre trabalharam: mulheres de camponeses, de comerciantes, de operários. Mas é outra coisa ter acesso ao "trabalho nobre" e aos postos de responsabilidade. Ali mesmo onde não há obstáculos institucionais, independentemente dos preconceitos que se continua a ter a respeito delas, as mulheres mesmas se refreiam em suas ambições que nos leva a uma grande interrogação sobre o que tornou possível, durante séculos, manter as mulheres num nível inferior, sobre o que as convenceu de sua inferioridade e contribuiu para que ficassem nesse nível.
Código: |
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Autor |
Colette |
Editora |
CIA DE FREUD |
Idioma |
PORTUGUÊS |
Encadernação |
Brochura |
Páginas |
166 |
Ano de edição |
2005 |
Número de edição |
1 |