A linha histórica traçada por meio de autores que se engajam politicamente na busca do conhecimento conecta-se à Psicologia Política e à genealogia e permite-nos interrogar as condições de possibilidade externas aos próprios discursos que lhes garantem status de verdade. Isso significa que, para estudar o amor e sua conexão com a violência íntima, não basta perseguir o conteúdo do discurso dos amantes apaixonados ou que se odeiam (representações do amor), mas delinear as condições que tornam possível a afirmação do indivíduo como valor, a injunção social que o engaja na busca de si mesmo e no afastamento do mundo público. Resta-lhe o investimento na intimidade. Esses discursos, tidos como verdades, não são criados em um movimento natural da história, ao contrário, resultam de disputas, lutas, desacordos, divergências sempre políticas, que, a partir de um dado momento, adquirem hegemonia e submetem os indivíduos. Assim, o indivíduo moderno não é livre, é um sujeito subordinado a uma estrutura de poder, que funciona por meio de práticas políticas disciplinares. São essas práticas políticas que alimentam a crença de que a vida íntima é a única fonte de felicidade, o que, na prática, tem sido insistentemente desmentido.
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Autor |
Flávia Bascuñán Timm |
Editora |
APPRIS |
Idioma |
PORTUGUÊS |
Encadernação |
Brochura |
Páginas |
151 |
Ano de edição |
2020 |
Número de edição |
1 |