Este livro nos convoca a uma aparição. A cena de uma mulher que se amplia no registro da partilha do conhecimento. É, nesse sentido, a entrada tanto na tela, quanto no palco, uma mise-en-scène singular, que embrenha o cenário da cultura, da linguagem, não em sua razão epistêmica, mas sim, em seu saber-fazer outro. A marca de um traje, ou um figurino, impuro, turvo, é senão a força da mulher no sentido amplo que desafiou a conhecer. A verdade é feminina e, portanto, uma ética, um modo de ser que retorce o traje alvo, higiênico e clássico masculino. A ética ao “dar ao corpo uma possibilidade”, puramente o encontro com o real, que “deseja o fim dos tratados que findam os tempos”, só pode assim fazer de maneira anacrônica, que corta na memória sua força de atualização do futuro e nos chama para outra vida, desordem diante da norma que se fixa — dispositivo político com a potência de descaminhos, deformidades e ocultações. Aí então a nova cena de um bairro de Fortaleza, trilha sonora que inaugura o ato de lembrar e esquecer. Dança-se com um corpo que fala de amor e atua com o gesto íntimo, às vezes no engano, às vezes no voo. Numa cinematografia de paisagem vermelho sangue, vermelho nordeste brasileiro. E o que nos resta de encanto e propósito.
Kamila Costa
Código: |
L004-9786561280921 |
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Autor |
Carla Correia |
Editora |
MÓRULA EDITORIAL |
Idioma |
PORTUGUÊS |
Encadernação |
Brochura |
Páginas |
96 |
Ano de edição |
2025 |
Número de edição |
1 |