Ao mencionarmos a política ateniense no século V a.C. e suas fronteiras marítimas, não podemos deixar de mencionar sua poderosa marinha e a participação ativa dos seus remadores na hegemonia sobre o Mar Egeu. Oriundos do segmento social ateniense thete, os marinheiros atenienses movimentavam, com a força motriz dos seus braços, as embarcações de guerra do tipo trieres. Portanto, ao tratarmos os thetes e sua inserção na frota naval de Atenas, também estamos analisando de forma indireta sua participação política. Quem eram esses thetes? Tratava-se de um grupo social homogêneo? Qual seria sua participação na manutenção do sistema democrático? Poderia o termo democracia ser entendido como poder do demos, considerado como poder das massas, ou se torna mais adequado defini-lo como uma forma de governo em que o demos/thetes aparece[1] mais como beneficiário que protagonista no poder político da pólis? A esse propósito, destacamos o fato de diversas lideranças políticas atenienses recorreram aos polloi/plethos/thetes entendidos como massas populares, para atuarem e exercerem seu poder no cenário político. Dentre as personalidades citamos: Sólon, Pisístratos, Temístocles e Perícles.
Diversas lideranças políticas atenienses não apenas buscaram obter apoio do plethos, tanto quanto, ao cuidarem das questões marítimas, relacionaram a diplomacia ateniense a participação das massas. Não foi mero acaso Atenas ter sido uma potência no século V a.C. com um número expressivo de seus cidadãos voltados às questões marítimas, ponto em que vemos estreita relação da política ateniense com o mar. Identificamos que a formação das fronteiras marítimas atenienses na era Clássica, estava diretamente relacionada à inserção dos thetes junto à frota naval de Atenas, ação efetivada por Temístocles e prescrita nas documentações História (Heródoto), A História da Guerra do Peloponeso (Tucídides), A Constituição dos atenienses (Pseudo-Xenofonte), cujas estruturas erigiram-se com descaso e críticas direcionadas ao segmento social thete. A análise das fronteiras marítimas atenienses demarca uma construção que emerge da concepção antropológica para o nível físico, no recorte temporal que se estende de 483-404 a.C., demarcando o período em que Atenas assenta seu projeto marítimo com apoio dos seus cidadãos thetes.
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Autor |
Alair Figueiredo Duarte |
Editora |
APPRIS |
Idioma |
PORTUGUÊS |
Encadernação |
Brochura |
Páginas |
353 |
Ano de edição |
2021 |
Número de edição |
1 |