Encontrar alguém que se preocupa com a pessoa com deficiência intelectual é raro. Ter ainda o interesse para compreendê-lo, percebendo suas aspirações de vida e como andam suas relações interpessoais, mais difícil ainda.

Sérgio Sampaio Bezerra foi diferente, e a partir da experiência de convivência com a pessoa com deficiência intelectual, no seu trabalho dentro do Movimento Apaeano, demonstrou interesse em descobrir a ótica desse sujeito.

Estudiosos e pesquisadores da pessoa com deficiência intelectual sempre preconizaram a importância do trabalho em suas vidas, sempre afirmando que é bom para elas. Sérgio, mais uma vez, queria entender: será que o significado do trabalho para pessoas com comprometimento cognitivo tem o mesmo significado? Ou queremos mais uma vez pautar o “outro” de acordo com nossos valores e conceitos? Quando a possibilidade de trabalho surge, isso influencia sua vida? Para melhor ou para pior?

Entrou no Doutorado de Ciências Sociais, já levando esse foco para seu estudo, e jogou-se no trabalho investigatório, buscando orientação naqueles que poderiam aguçar sua visão reflexiva e produzir um estudo que trouxesse respostas e indicativos de rumos.

Nesse mergulho, alcançou diversos ambientes de trabalho onde a pessoa com deficiência intelectual estava inserida, e explorou com dedicação características delas, foi a fundo e produziu um trabalho de referência.