Neste livro investiga-se a produção do ressentimento – uma espécie de ódio impotente contra aquilo que não se pode ser ou não se pode ter, é “resultado das promessas de justiça para todos, estabelecidas por uma elite e, exatamente por isso, impossíveis de serem cumpridas” (Adorno, 1995), a partir da análise de episódios do seriado Todo mundo odeia o Chris, com o objetivo de compreender como esse sentimento pode desencadear nas relações sociais. Constatamos que sentimentos de inferioridade podem ser produzidos e/ou agravados por meio da mediação da indústria cultural, que formata o sentido da vida pelos media e contribui para o processo sermiformativo (Halbildung), o que pode ser um dos principais motivadores da adaptação dos sujeitos às condições de desigualdades, ou desencadear a barbárie (violência injustificada) nos espaços escolares pelos seus sujeitos (professores, estudantes e demais profissionais). Ao entender como se configura a violência, por meio do ressentimento, e seu processo de naturalização, é possível construir ações para sua superação.