Transfusões, transplantes de órgãos, fecundação artificial, engenharia genética: eis os recursos científicos e tecnológicos que permitiram, nos últimos anos, a sobrevivência de doentes e a fertilização de casais estéreis. Simultaneamente, os jornais trazem notícias horripilantes: órgãos humanos comprados e utilizados em transplantes, crianças raptadas e assassinadas para a retirada de partes dos seus corpos. Este livro aborda com rigor científico um dos temas mais dramáticos deste final de milênio: o desenvolvimento da ciência, que trouxe a melhoria de vida do homem, suscita questões de desconcertante impacto, questões referentes ao risco da mercantilização do corpo humano. Pode tudo ser realmente comprado ou mesmo roubado? Os órgãos para transplantes, o sangue para as transfusões, os recém-nascidos para as adoções, as meninas para a prostituição? A partir de vasta documentação, os autores respondem a tais perguntas, mantendo-se à distância de integralismos que atribuem, a priori, caráter demoníaco à ciência e à técnica e dos apologistas do mercado humano como inexorável resultado do progresso. Dessa análise emergem respostas que constituem uma alternativa equilibrada, uma indicação concreta para ações que não podem ser mais adiadas.