Arte e arquitetura religiosa são temas pouco explorados em profundidade, tanto nas faculdades brasileiras de Arquitetura quanto pela própria Igreja Católica nos seus seminários e conventos. Nota-se uma dificuldade em relacionar o conhecimento teológico estético e o arquitetônico laico, de um lado pelo cientificismo e certo positivismo das universidades brasileiras, de outro pela ausência de estudos de estética no ensino teológico no Brasil.
Neste cenário, o trabalho de Claudio Pastro como artista sacro, transitando entre arte e arquitetura modernas e uma instrução de dentro da Igreja, adquirida junto ao monaquismo beneditino e aos mestres da iconografia cristã, é um divisor de águas. Não é à toa que se tornou o responsável pela finalização da Basílica de Aparecida e foi nomeado pelo Papa Bento XVI como referência brasileira em arte e arquitetura sacras católicas.
Este trabalho busca ajudar a compreender de onde surgem os referenciais teóricos e práticos que norteiam a visão sobre religioso e sagrado de Pastro, extensamente exposta pelo mesmo em seus livros, mas que carecia de estudos que fugissem do apologético quanto da execução da dissertação de mestrado – que originou este livro - em 2005. Ele soma-se aos novos estudos que estão começando a despontar no mesmo campo de conhecimento, retomando o olhar do mundo acadêmico sobre o mundo religioso sem preconceitos.