O autor reúne em O Cinema Errante três ensaios sobre Alberto Cavalcanti, David Perlov e Glauber Rocha, cineastas autoexilados do Brasil que têm em comum uma afirmação de identidade simbólica ou real - judaica. Perlov teve a visão da práxis do cinema ao presenciar, em São Paulo, uma filmagem de Cavalcanti, com quem selaria amizade mais tarde, já como cineasta em Israel, quando este rodava um documentário sobre Theodor Herzl. Apesar dessa proximidade, Perlov optou por uma via antagônica à de Cavalcanti, ao compor uma obra de cine-diário e introduzir na cultura israelense o conceito terceiro-mundista de uma câmera na mão e uma ideia na cabeça, que Glauber lançaria mais tarde contra a hollywoodiana Vera Cruz. Cavalcanti, desiludido do Brasil e discordante de tal modo de fazer cinema, revidou, criticando os filmes de Glauber e seus rodopiantes cangaceiros a berrar no sertão. O Perlov mais maduro acabou contestando o cinema revolucionário, enquanto Glauber reviu as posições terroristas da Estética da Fome na Estética do Sonho e restituiu a Cavalcanti seu lugar de direito, que lhe negara quando afirmava a revolução do Cinema Novo.
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Autor |
Luiz Nazario |
Editora |
PERSPECTIVA |
Idioma |
PORTUGUÊS |
Encadernação |
Brochura |
Páginas |
256 |
Ano de edição |
2013 |
Número de edição |
1 |