O que faz a polícia? O que deve fazer a polícia? Por que a polícia faz o que ela faz? Abordar essas questões (e, eventualmente, respondê-las) é o esforço de Sísifo empreendido pelos pesquisadores dedicados ao tema. O presente livro enfrenta dois desafios para enfrentar esse enigma: o primeiro é ter logrado penetrar os bastiões da PM-SP e assistir da primeira fila e em primeira mão a construção de um doutrinamento, a partir de uma etnografia rara no que toca a polícia no Brasil; o segundo é elaborar uma hipótese de trabalho que vá além do lugar-comum.
André Rosemberg
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Desde há décadas, cidadãs e cidadãos brasileiros vem assistindo com inquietação o recrudescimento da violência urbana, em especial as graves ameaças à vida de quem quer que seja. Muitos acreditam que isso vem acontecendo porque as polícias não se encontram preparadas para contê-las dentro do estado de direito. Fala-se que a formação dos policiais não acompanhou mudanças na economia dos crimes e apresenta lacunas. Afinal, como são formados nossos policiais?
Este livro, cujo objeto empírico é a PMESP, procura justamente responder a essa questão. Baseada em investigação antropológica, suas estratégias metodológicas consistiram em etnografia didática, denominada teorização, da sala de aula com vistas a conhecer o que é ensinado. Penetrou no imaginário subjetivo do trabalhador policial bem como descortinou as singularidades de sua cultura profissional, estratégia da teatralização, que consiste na transmissão de saberes tendo por referência a simulação de cenários policiais. Através da ritualização dos mitos que rondam a PMESP, em especial tecida em cerimônias institucionais, foi possível conhecer suas formas de hierarquização, estruturas internas, concepções de ensino, práticas cotidianas, seus códigos e valores.
O refinamento da análise conduziu ao reconhecimento de que a formação desse profissional da segurança pública é marcada por profundas ambivalências, entre o que é o trabalho policial em si e as funções exercidas pelos atores policiais na sociedade, razão de tantas críticas entre os quais o uso arbitrário da violência.
Sérgio França Adorno de Abreu, Professor Titular em Sociologia da FFLCH- Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo e Coordenador Científico do Núcleo de Estudos da Violência (NEV) – USP.
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Autor |
Thomas Machado Monteiro |
Editora |
ALAMEDA EDITORIAL |
Idioma |
PORTUGUÊS |
Encadernação |
Brochura |
Páginas |
336 |
Ano de edição |
2023 |
Número de edição |
1 |