Para o homem primitivo, o ato de comer esteve sempre intrinsecamente atrelado ao instinto de sobrevivência: comia-se o que havia disponível para não perecer. Em algum momento, porém, ao longo da evolução do Homo sapiens, o hábito de se alimentar incorporou valores além da simples saciedade de uma função fisiológica primitiva comum a todas as espécies vivas. A refeição compartilhada entre membros do mesmo clã passa a ser um ponto de convívio social; a diferença de poder aquisitivo entre nobres e plebeus se reflete nos alimentos disponíveis à mesa. Celebrações são marcadas por um cardápio especial e farto. O jejum, adotado por diversas religiões em momentos específicos, revela-se prova de sacrifício e resiliência frente às tentações mundanas. Culturas podem ser facilmente identificadas por seus chamados pratos típicos, em que alimentos comuns a outros povos são preparados de maneira peculiar, garantindo-lhes identidade única. Com a Revolução Industrial, ocorre um aumento significativo na produção de alimentos e o aparecimento de cadeias de restaurantes e mercados, levando à diminuição do preço e ao aumento do acesso aos alimentos. O século XX assiste ao aparecimento do fast-food, refeições rápidas e ricas em calorias, adquiridas a preços módicos, oferecidas em lanchonetes espalhadas pelas cidades em desenvolvimento. As porções aumentam na proporção em que diminui a atividade física da população. A combinação entre dietas hipercalóricas ricas em alimentos processados e sedentarismo resulta no aumento da prevalência de diversas condições clínicas como obesidade, hipertensão arterial, diabetes mellitus e as doenças cardiovasculares. O século XXI parece querer reverter esta tendência com a procura de alimentos mais saudáveis, menor consumo de alimentos industrializados e maior atividade física: surge o “estilo de vida saudável”. Os avanços da ciência não permitem mais questionar a relação entre consumo alimentar e a saúde humana: são inequívocos e indissociáveis. Se quisermos viver muito e bem, devemos cuidar do que colocamos em nossos pratos. Neste Tratado de Nutrição em Cardiologia, especialistas das mais diversas áreas do conhecimento nas ciências da saúde apresentam de maneira clara os mais recentes avanços no entendimento entre o comer e o estar saudável. O maior entendimento do metabolismo de macronutrientes e seu impacto sobre a saúde humana, o conhecimento acumulado sobre o aparecimento, desenvolvimento e progressão da aterosclerose, o papel da nutrição humana na prevenção ou agravamento de doenças crônicas, a comparação entre diversos padrões de consumo alimentar e os benefícios sobre nosso bem-estar, entre outros assuntos, são abordados de maneira didática para aqueles interessados no tema. Como Editores, procuramos fazer uma obra abrangente e que instigue o leitor a querer saber mais sobre a relação entre alimentação e saúde, cientes de que o livro não ambiciona ter respostas definitivas, frente à uma ciência em constante evolução. Devemo-nos lembrar de que Hipócrates (460–370 AC), há mais de 2.400 anos já reconhecia a importância da nutrição para a saúde humana ao escrever “que seu remédio seja seu alimento, e que seu alimento seja seu remédio”. Permanecer alheios e indiferentes à nossa alimentação é o caminho mais curto para o surgimento de diversas doenças crônicas.
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Autor |
Sueli Longo |
Editora |
EDITORA DOS EDITORES |
Idioma |
PORTUGUÊS |
Encadernação |
Capa dura |
Páginas |
404 |
Ano de edição |
2022 |
Número de edição |
1 |