Se, no século XIX e no princípio do XX, nascer era uma situação que ocorriano convívio do núcleo familiar, sob atenção da parteira, a introdução daatuação masculina, na pessoa do médico, levou a mulher a parir em unidadesde saúde, uma vez que o nascimento passou a ser visto como condição derisco de vida para a mãe e o bebê.Este atendimento medicalizado tirou da mulher a possibilidade de seragente no processo do nascimento, tornando-a um elemento passivo, sob avigilância e atuação do profissional da área de saúde.A universalização doassistir biomédico, no entanto, aos poucos foi mostrando que o nascimentoexigia mais cuidados além do ato de atender tecnicamente a parturiente eseu filho.Paralelamente, as práticas baseadas em evidências passaram a mostrarque a assistência ao parto poderia ser modificada, excluindo-se determinadosprocedimentos ou limitando-os ao extremamente necessário, além depropiciar a inserção de práticas, no parto, que trouxessem maior satisfaçãoà mulher e sua família.Porém, para que estas práticas sejam adotadas,o profissional da área da saúde deve reconhecer seu papel como agentetransformador de um modelo consagrado, mas insuficiente para o bem-estardo binômio mãe-bebê.À luz da paulatina transformação na assistência ao nascimento, verificadaprincipalmente em países europeus, alguns autores que transitavam emambos os campos, das humanidades e da saúde, iniciaram um movimentoonde valorizavam as crenças, as tradições e os valores de um dado grupoque, ao compartilhar ações baseadas na sua cultura, chegariam a resultadosfavoráveis na atenção à saúde e ao tratamento.É nessa linha que a antropologia passa a ter importância para umacompreensão renovada do processo de nascimento.Disciplina especializadano estudo do Outro, da diversidade sociocultural, a antropologia permitiudesenvolver uma perspectiva crítica frente às nossas verdades mais funda-mentais, favorecendo a construção de uma nova abordagem do corpo, dasaúde e, particularmente, do nascimento.
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| Autor | Cristine Ferreira Soares |
| Editora | ICONE ESPACO CULTURAL |
| Idioma | PORTUGUÊS |
| Encadernação | Brochura |
| Páginas | 320 |
| Ano de edição | 2017 |
| Número de edição | 1 |

