Considerando a música como uma manifestação da personalidade do compositor, Sérgio Bittencourt-Sampaio estabelece de maneira objetiva, em Sete Compositores, uma relação entre a origem e a vivência dos músicos e algumas manifestações encontradas em suas obras. Ressaltando impressões colhidas nos primeiros anos de suas vidas e do meio em que atuaram no início da juventude, o autor consegue reconstituir um cenário psicossocial traduzido na estética particular de cada músico. Tópico pouco explorado nas publicações dedicadas a música, encontra-se aqui substancial contribuição para musicistas e para o público apreciador de Arte, capaz de permitir uma compreensão mais ampla de determinados aspectos da obra e da personalidade de cada compositor, no ponto em que a criação reflete a vivência do criador. A aparente diversidade de assuntos, de Wagner a Brahms, de Schubert a Liszt, de Schumann a Grieg e ao brasileiro Alberto Costa, além de considerações acerca da Festa de Santa Lucia, famosa comemoração sueca do período natalino, desaparece diante de um fio condutor que mantém a coesão dos temas: a essência da criação musical como fruto de experiência e de individualidade do compositor, além de expressão de determinada época.