A presente obra, resultado de um debate interdisciplinar da História com os campos da Arqueologia, da Antropologia, da Sociologia e da Filosofia Política, analisa as relações estabelecidas entre tupinambás e europeus no início da formação social do território então chamado de Maranhão e terras circunvizinhas. Para tanto, tomamos como ponto de partida a forma como agentes da Conquista representaram os chefes tupinambás, então nomeados por morubixabas e principais. Em um primeiro momento, o objetivo foi caracterizar os chefes a partir de evidências encontradas em relatos, crônicas e documentos avulsos do século XVII. Quem eram os chefes? Quais as suas principais características? Depois, em um segundo momento, buscamos as práticas e os elementos do imaginário social que possibilitavam a manutenção e a reprodução da condição de chefe tupinambá. Por fim, em um terceiro momento, retornamos às ações dos indivíduos para analisar as tensões provocadas nas práticas e no imaginário social dos tupinambás no decorrer do contato com os europeus. Como os morubixabas continuariam se reproduzindo socialmente a partir da proibição de suas práticas matrimoniais, necessárias para consolidar alianças e construir uma parentela e um braço de guerra? Por que os chefes desejavam tanto o batismo se o rito cristão impedia importantes elementos para sua ascensão, como é o caso dos rituais antropofágicos? Como bens de prestígio que caracterizavam os chefes, como os tembetás de pedras verdes, passaram a dividir espaço com outros, como os casacos de generais, que traziam consigo os elementos simbólicos da vassalagem na Europa? Como os morubixabas, que deveriam participar dos trabalhos cotidianos para garantir sua posição, ficaram em um contexto em que o labore era cada vez mais antagônico ao belatore, ou agora que as possiblidades advindas com o processo de conquista atuavam para que os guerreiros considerassem que trabalho nas aldeias era coisa para os escravos? Para respondê-las, formulamos os conceitos de imaginário comum e espaço intermediário, utilizados para interpretar relações de contato entre povos que se formaram apartados, sugerindo que os elementos tupinambás, apesar do choque que significou o contato com europeus, podem ter permanecido, sintetizados nas rupturas, a partir da conexão de elementos semelhantes ao imaginário cristão que então se constituía.
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Autor |
Darlan Rodrigo Sbrana |
Editora |
APPRIS |
Idioma |
PORTUGUÊS |
Encadernação |
Brochura |
Páginas |
317 |
Ano de edição |
2021 |
Número de edição |
1 |