Este estudo mostra a luta das ONGs no combate à exploração sexual comercial de crianças e adolescentes no Brasil a partir de 1993, tendo como estratégia a mobilização social para a inclusão desta temática na agenda pública local e global, pela via dos direitos humanos.Constituiu-se em uma análise teórica e motodológica, articulando as dimensões histórico-estrutural e cultural e política, com base no paradigma emancipatório dos direitos das crianças e dos adolescentes, referendado pelas normativas nacionais e internacionais. O caminho adotado para estabelecer a ponte entre o conhecimento, o método e a experiência foi o de articular os saberes já construídos nestes últimos dez anos acerca da exploração sexual comercial de crianças e adolescentes e do papel estratégico das ONGs no enfrentamento do fenômeno, aliados à prática militante. Para efeito didático, a análise está organizada em três momentos articulados: a) análise conceitual da exploração sexual comercial de crianças e adolescentes sob a ótica de mercado, no contexto da globalização, da sexualidade e da violência; b) análise dos indicadores macroeconômicos, sociais, geossociais e multiculturais (gênero, raça/etnia e violência sexual), possibilitando a construção de um retrato social da exploração sexual comercial nas diferentes regioões brasileiras; e c) análise política das estratégias de mobilização social, local e global das ONGs para o enfrentamento da exploração sexual comercial de crianças e adolescentes, num difícil e lento processo de democratização do Estado e da sociedade no contexto do capitalismo global, do neoliberalismo e da relação contraditória entre repressão e emancipação sexual.