As reflexões de Luís Rodolfo Cabral são importantes não só para os estudiosos do discurso como também para os que, em particular, se ocupam dos estudos sobre política. Suas análises sobre o discurso mítico-messiânico, visto enquanto um discurso fundador, revelam as malhas de uma discursividade que se move pela via da transdisciplinaridade e que é puro movimento nas brumas da História e da memória. Luís Rodolfo vai demonstrando que um messias cria suas condições para por em prática sua missão – “no combate ao mal e pela promessa de um lugar melhor” –, pelas sinuosidades dos campos político, religioso e midiático. No caso em específico, o autor analisa a construção discursiva da candidatura de Roseana Sarney pelas lentes de um pesquisador que se mantém atento às produções e circulação de sentidos promovidos pelo discurso jornalístico. O autor de Messias de Papel: uma análise da candidatura de Roseana Sarney (2009-2010) nos brinda com uma rica pesquisa e nos ensina que embarcar no rio do discurso é tomar consciência de sua terceira margem.