A presente obra é resultado da pesquisa qualitativa que aborda a relação entre as medidas e ações de combate ao terrorismo, propostas pela Liga dos Estados Árabes, e as medidas elaboradas pelo Estado-membro Arábia Saudita no combate ao terrorismo. A pesquisa foi baseada na documentação disponibilizada pela organização e pelo Estado saudita e nos dados da Database Terrorismo. O período analisado começa em 1998, ano da aprovação da Convenção para a Supressão do Terrorismo da Liga Árabe, e termina em 2008. A pesquisa inicia-se a partir dos conceitos e definições relativos ao papel de regimes e organizações nas relações internacionais, que servirão de base para a análise desenvolvida. Posteriormente, são apresentados os dados e as informações sobre a formação da Liga Árabe, o tema da segurança coletiva dentro dela e a emergência do tema terrorismo em sua agenda, para, na sequência, apresentar e analisar as medidas tomadas pela Arábia Saudita e identificar a relação dessas medidas com as propostas pela Liga Árabe, especialmente a partir da aprovação da Convenção para a Supressão do Terrorismo em 1998. Trabalhamos com a hipótese de que existe uma relação de influência entre as medidas propostas pela Liga Árabe e as adotadas posteriormente pela Arábia Saudita para diminuição da incidência do terrorismo em seu território. A partir dessa narrativa, constatamos que tal influência pode ser observada no conteúdo das medidas sauditas de combate e de prevenção do terrorismo. Considerando que a Liga Árabe exerceu influência por meio dos encontros regionais destinados a discutir o tema do terrorismo no âmbito regional, o exercício de análise proposto nesta pesquisa almeja ampliar o campo de visão internacional para além do entorno ocidental, considerando os atores regionais também, que, muitas vezes, acabam sendo suprimidos em nossa construção analítica. Nesse caso, optamos por nos debruçar sobre dois atores regionais, fundamentais à compreensão do tema combate ao terrorismo regional: a Liga dos Estados Árabes e a Arábia Saudita, um ator institucional bastante emblemático desde sua criação e um país absolutamente intrigante.