Mas qual! São loucos! (Descartes) O recorte histórico do presente trabalho reside no que se convencionou chamar de Primeiro Foucault, período no qual o autor produz um diálogo intenso, fecundo, profícuo com a área psi - herdeira da medicina, a seu aviso -, entre os anos 50 e início dos 60. Nesse hiato temporal está em jogo em sua obra a constituição dos saberes psi. Quais foram as condições de possibilidade para o surgimento da área psi? Donde o título do trabalho: Médicos e loucos no microscópio de Foucault. Título que deseja divertir naquilo que a prosa cotidiana produz quando enuncia “De médico e louco todo mundo tem um pouco”. Mas o riso provocado pela diversão do título aponta bem mais fortemente para a seriedade de fórmula de Foucault: quem deve a quem a explicação de sua existência? A loucura à psicologia, ou bem o contrário? Os trabalhos dessa época convergem para cimentar a ideia de que o empoderamento das ciências psi é inversamente proporcional à vulnerabilidade efetivada com a figura do louco, do paciente, do acometido de sofrimento mental. Graças à psi, o louco se torna irresponsável dos seus atos, inimputável, desprovido de cidadania (não vota), é tutelado e curatelado em suas posses, controlado em suas manifestações, monitorado em seus desejos... Exatamente por isso ambos, loucos e médicos povoam as “lâminas” do microscópio de Foucault. Ter presente no nosso imaginário a sugestão que o autor assume um posicionamento provocador dos saberes contemporâneos responsáveis da elaboração desse diagnóstico é útil para o manejo deste livro, cujo propósito é reconstituir a crítica à psicologia e à psicanálise. Crítica altamente fecunda e ainda a ser explorada naquilo que poderá ser benefício para os próprios saberes psi.
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| Autor | José Euclimar Xavier de Menezes |
| Editora | CRV |
| Idioma | PORTUGUÊS |
| Encadernação | Brochura |
| Páginas | 326 |
| Número de edição | 1 |

