A UTI refere-se a um local apropriado para atender os pacientes graves.
Quando olhamos para trás, lá se vão mais de seis décadas desde que este setor se mostrou como absolutamente necessário.
Desde os primórdios, em uma UTI, decisões rápidas devem ser tomadas pelos profissionais da área. Isto inclui oferecer os suportes de vida e, também, sempre e paralelamente, administrar as intervenções terapêuticas direcionadas
a causa da patologia que motivou a internação. Tais atitudes salvam vidas todosos dias.
Os profissionais que atuam na UTI são habilitados para tal e fazem a diferença entre a vida e a morte. Como foi bom na minha modesta formação, ouvir de um professor antigo, que, na sua imensa sabedoria, dizia sempre, “UTI é
lugar de VIDA e não de MORTE”.
Por outro lado, obter qualificação / treinamento / educação continuada, é altamente necessário e, é uma tarefa / desafio constante para estes profissionais da UTI. Como fazer, se a quantidade de informações é cada vez maior? Onde está
a melhor evidência científica? Como obter informação qualificada com rapidez?
Como oferecer atendimento centrado no paciente?
Tais questões que permeiam o dia a dia destes profissionais agora podem ser facilitadas. Dois colegas intensivistas, resolveram, a partir de suas experiências profissionais, de anos e anos vividos dentro de UTIs, compilar, de forma abrangente e ao mesmo tempo concisa, os principais temas que todo intensivista necessita saber para poder lidar com o paciente grave.
Sem dúvida, amplificar o horizonte do conhecimento da especialidade e, ao mesmo tempo, ter, de forma rápida, acesso a uma informação precisa que facilita a tomada de decisão do profissional que trabalha na UTI, representará, um ganho importante para todos os envolvidos, e, principalmente, para os pacientes que são tratados.
Sempre pensei que, o máximo que possamos conseguir nesta atividade como intensivista, é, quando tratamos de um paciente grave, ele poder ter alta e voltar para o seio da sua família, tocar sua vida. Desta forma, estamos cumprindo
o nosso papel perante a sociedade.
Dito isto acima, eu, modestamente, acrescentaria um degrau, quem sabe ao lado, no mesmo nível, nesta jornada que todos nós temos / tivemos dentro de uma UTI. O de passar conhecimentos adquiridos adiante, procurando ajudar colegas a exercerem melhor suas profissões. E, sem dúvida alguma, isto foi alcançado pelos dois colegas, Brenno Cardoso Gomes e Fernanda Baeumle Reese, que editam este livro.
Afonso José Celente Soares
Especialista em Medicina Intensiva pela AMIB
Mestrado e Doutorado pela UFRJ