AMcCaw, professor titular em
Teatro e Performance no Royal
Holloway, Universidade de Londres, põe
em diálogo o pensamento do autor russo
Mikhail Bakhtin (1895-1975) e a
produção de renomados diretores
teatrais contemporâneos de Bakhtin:
Stanislavsky (1863-1938), Meyerhold
(1879-1940) e Grotowski (1933-1999).
Além de sua pertinência e relevância
inquestionáveis, tanto para
pesquisadores da área do teatro quanto
para aqueles interessados no alcance e
contribuição do pensamento bakhtiniano
para a arte e a ciência, o livro oferece um
esboço detalhado e profundo sobre as
relações entre teoria e prática teatral à
luz dos estudos da linguagem. McCaw nos
apresenta, a partir de um olhar
apaixonado e crítico, um universo de
possibilidades a serem consideradas no
encontro nunca óbvio e sempre curioso
entre Bakhtin e Teatro.

— Jean Carlos Gonçalves e Beth Brait

---

O que Bakhtin pensava sobre o
teatro? Será que ele considerava o
teatro ultrapassado, que tinha
deixado “de ser um gênero sério”
depois de Shakespeare? Poderia um
pensador tão voltado para as ideias
de teatralidade, visualidade e ação
encarnada não ter, de fato, nada a
dizer sobre a prática teatral?
Bakhtin e Teatro é o primeiro livro a
explorar a relação entre as ideias de
Bakhtin e a prática teatral de seu
tempo. Contemporâneo de Bakhtin,
Stanislavski cofundou o Teatro de
Arte de Moscou, em 1898, e
continuou a desenvolver suas ideias
sobre teatro até sua morte em 1938.
Meyerhold, aprendiz de Stanislavski,
abraçou a Revolução Russa e criou
produções incrivelmente
revolucionárias na década de 1920,
rompendo com o realismo de seu
antigo professor. Menos de vinte
anos depois da morte de Stanislavski
e do assassinato de Meyerhold,
Grotowski, um jovem estudante em
Moscou, logo romperia com as
tradições do teatro em seu Teatro
Pobre.Todos esses três teatrólogos
desa