“Não sei se existem neste momento, sobre a terra, páginas tão novas sobre temas de sempre, como estas de Frossard”, afirma Jean Guitton no jornal Figaro, ao apresentar Deus em questões ao público francês. Trata-se efetivamente de uma obra que rompe todas as classificações, na qual se mesclam a “experiência da fé”, a experiência de vida e a extraordinária lucidez de um dos grandes intelectuais dos nossos dias.
O autor dispensa apresentações: dispõe de uma cultura invulgar em matéria de história geral e história das idéias, está familiarizado com os descobrimentos e teorias científicas mais recentes, e é amplamente versado em literatura; e também compreendeu a doutrina católica a tal ponto que ela forma nele um saber de fundo que lhe permite entender e ajuizar todos os demais saberes. Essa fusão de cultura humana e de espírito de fé permite-lhe tratar dos temas doutrinais com o desembaraço do pensador leigo.
E é exatamente esta perspectiva que dá todo o seu sabor e toda a sua originalidade a esta obra. Nas respostas que dá às quarenta e sete perguntas formuladas neste livro, interrogações às vezes espinhosas ou críticas, percebe-se o desassombro de quem pisa no solo firme da fé e, por isso, está imbuído de uma alegre liberdade de espírito.