Uma vez trabalhado o conceito de supereu em todas as acepções e incidências teóricas delineadas por todos os dois criadores da psicanálise, Marta Gerez Ambertín achou que havia ainda uma tarefa fundamental a realizar: tinha que demonstrar como funcionava e para que servia o conceito de supereu na clínica psicanalítica, o que os autores mais objetivos dentro da psicanalítica internacional reconhecem estar faltando. Voltando aos casos de Freud e de Lacan, tomando como extensão o pequeno Arpad de Ferenczi, e acrescentando casos reveladores de sua própria lavra, Marta Gerez Ambertín consegue mostrar a invasão superegóica nas diferentes estruturas clínicas. Com este novo livro temos também uma nova clínica: a clínica do desejo a partir do qual é possível, às vezes, negociar com a intrusão superegóica, aspecto inevitável em qualquer consideração de um caso psicanalítico. A partir de agora, dever-se-á perguntar sempre pelo ato (e suas passagens); em suma, pela presença do arsenal nuclear do supereu tanto nas psicoses quanto nas perversões e nas neuroses. Nenhum exame de um caso vivido na psicanálise poderá ser considerado integrado a não ser depois de definir como incidiram as vozes do supereu na estruturação do material dito em uma análise...