O tom poético e a originalidade são elementos essenciais em um bom samba de enredo. Com muitos carnavais nas costas e conhecedores desta máxima, Alberto Mussa e Luiz Antonio Simas mergulharam no universo do Carnaval e agora apresentam o livro Samba de enredo: história e arte. Pela primeira vez o surgimento do gênero é tratado como um processo histórico. Depois de ouvirem 1.324 sambas de enredo, a dupla de bambas reuniu o que há de mais relevante e curioso sobre este que é o único gênero épico genuinamente brasileiro. As origens, os fatores determinantes, as curiosidades e muitos personagens são revelados no livro. Os autores ainda apontam para uma crise do gênero iniciada no fim dos anos de 1980. “A bibliografia do carnaval carioca, e em particular das escolas de samba, se enriquece com a chegada desta obra, que exala os odores da criação, festeja autores e intérpretes e nos apresenta um painel de extrema importância, desvendando observações que, para muitos, passam despercebidas”, avalia o escritor e ator Haroldo Costa, autor da orelha do livro. Mussa e Simas revelam fatos que justificam o respeito e até mesmo a reverência do mundo do samba a escolas como Mangueira, Portela e Unidos da Tijuca. Segundo os autores, elas foram as primeiras a se organizarem em forma de escolas de samba e são apontadas por muitos estudiosos como precursoras do samba de enredo. Já o Salgueiro aparece como precursor na escolha de temas afros em seus enredos. Além destas, todas as outras escolas aparecem no livro com suas contribuições para o Carnaval. Os autores indicam como a evolução gênero foi fortemente influenciada pela história social, cultural e política do Rio de Janeiro e do Brasil: a manifestação do morro, a malandragem carioca, a Era Vargas e a Ditadura Militar, entre outros fatores pautaram as decisões das escolas de samba na escolha dos enredos. A origem da recorrente exaltação da cultura nacional nos sambas de enredo é revelada pelos autores. Eles explicam que a escolha de temas ligados à brasilidade, hoje já consagrados nos desfiles, foi tomada como compromisso pelas primeiras escolas de samba. A primeira instituição que unia as agremiações: a União das Escolas de Samba, criada em 1934, determinou essa diretriz, como uma forma de ganhar a simpatia do governo. Outra curiosidade apresentada é que nos primeiros desfiles, o samba ainda não necessitava estar necessariamente atrelado ao enredo proposto e os desfiles deveriam durar, no máximo, 15 minutos. Os autores ainda mostram a importância do verso, da rima e da melodia na criação das músicas. Como amantes deste gênero que arrasta multidões, Mussa e Simas recomendam: “Leiam o livro cantando”!
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Autor |
Luiz Antonio Simas |
Editora |
CIVILIZAÇÃO BRASILEIRA |
Idioma |
PORTUGUÊS |
Encadernação |
Brochura |
Páginas |
238 |
Ano de edição |
2010 |
Número de edição |
1 |