A obra Literaturas em Trânsito, Teorias Peregrinas pretende refletir sobre os modos de experimentação do espaço e das relações humanas por meio da expressão literária. O propósito é apresentar um painel das múltiplas possibilidades de análise crítica da literatura relacionada aos deslocamentos, no espaço exterior e interior, extensivo e intensivo. Elas não obedecem necessariamente aos parâmetros de categorização das literaturas nacionais, contudo não negam seu caráter moderno, enquanto expressão da impermanência das coisas.

A mobilidade produz uma renovação do sujeito da linguagem, envolvendo a perspectiva narrativa, a configuração do espaço e do tempo e também a construção dos personagens e do suporte poético da linguagem. Tem como parâmetro a percepção da transitoriedade, da parcialidade e do sentido, da alteridade. Essa delimitação da análise considera que as “literaturas em trânsito” se caracterizam por desafiar o habitus, porque não objetivam integrar o estranho até torná-lo familiar. Ao contrário, pretendem destacar sua estranheza, valorizando o fato de que a diversidade do mundo contemporâneo se constituiu sobre as contribuições estrangeiras e a circulação entre espaços plurais.