Experiências demonstram que é explícito o apelo à emoção do telespectador quando se coloca na tela da TV imagens chocantes, de extrema violência: pessoas em situações precárias de fragilidade, chorando, sangrando, sendo presas e mortas; vídeos de câmeras de segurança mostrando acidentes; pessoas arremessadas com crueldade e agressividade. Um verdadeiro "show" de horrores que pode ser visto ao vivo e em cores proporcionado pelos telejornais policiais sensacionalistas no Brasil. Nada é mais desumano do que a produção racional e técnica de tais conteúdos assistidos como mais um noticiário qualquer, mesclando-se a momentos de refeição e a comentários que expressam certo costume àquele tipo de notícia; uma banalização, como se tais violências fossem algo normal, do tipo: "é assim mesmo, vida que segue". Paralelamente a essa indiferença e aceitação, nota-se a presença de comentários de ódio direcionados aos protagonistas (algozes) das notícias, algo advindo não só da construção da notícia – que, pelo recurso da emoção, tende a dramatizar os fatos e criar uma vitimização intensa –, mas, principalmente, das próprias falas do apresentador do programa, que teatralmente incentiva a pena de morte – de modo sutil ou não – como forma de resolução de questões apresentadas, ao tempo que se descontrola frente às câmeras, adjetivando pejorativamente os ditos "criminosos", "maníacos" e "vagabundos", indignado com "tamanha injustiça ao cidadão de bem". Diante de tais cenas, torna-se perceptível o objetivo "da sede pela audiência" em detrimento da informação de qualidade formativa e da ética na apresentação e apuração do conteúdo.
Código: |
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Autor |
Silvia Rosa da Silva Zanolla |
Editora |
EDITORA MERCADO DE LETRAS |
Idioma |
PORTUGUÊS |
Encadernação |
Brochura |
Páginas |
240 |
Ano de edição |
2021 |
Número de edição |
1 |