O principal objetivo da obra, As Tênues Fronteiras do Autobiográfico, reside na análise das peculiaridades do gênero autobiográfico, o qual possui um compromisso com a constituição (mesmo que inconsciente) de um projeto identitário. Apesar da aparente fidelidade à “verdade do ocorrido”, própria da escrita historiográfica, a evocação do autor desloca sua narrativa mimética do campo da reprodução para o campo da produção, sem, no entanto, transgredir o real, ato realizado pela narrativa ficcional. Apesar de não postular limites categóricos entre esses gêneros narrativos, e, pelo contrário, defender a possibilidade de um constante diálogo entre eles, acredito que a interlocução não apague as fronteiras existentes entre os diferentes discursos. Essa tênue diferença consiste na capacidade do autor em manter seu compromisso aporético durante o ato de criação, a manutenção, portanto, da hierarquia das intenções no momento da escrita. Para identificar tal diferença, cabe ao leitor ser capaz de engendrar em sua análise um mínimo de interseção entre seu repertório, ou seja, o conjunto de normas sociais inerentes ao leitor e, consequentemente, à sua recepção da obra, e o repertório do texto, a hierarquia das intenções presente no processo de produção dos discursos.
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Autor |
Isabel Cristina Fernandes Auler |
Editora |
APPRIS |
Idioma |
PORTUGUÊS |
Encadernação |
Brochura |
Páginas |
177 |
Ano de edição |
2021 |
Número de edição |
1 |