Terra e trabalho são dois dos principais problemas historiográficos discutidos com maestria e criatividade neste livro e que conectam o final da escravidão e o imediato pós-abolição. Felipe Alvarenga, a partir de minuciosas, instigantes e inovadoras abordagens, baseado em variada e densa documentação, correlaciona esses dois elementos e revisita a “crise” e a “transição do trabalho escravo para o livre” no Corredor Cafeeiro do Vale do Paraíba Fluminense (Barra do Piraí, Piraí, Valença e Vassouras).
O livro possui sólidas abordagens teóricometodológicas com análises quantitativas e qualitativas. Felipe Alvarenga discute, dentre outros aspectos, as estratégias e experiências estabelecidas entre senhores, patrões e trabalhadores – estes últimos de diversos estatutos jurídicos como escravizados, libertos e livres – na “gestação do mercado de trabalho”, que permitem um entendimento muito preciso sobre solidariedades, conflitos, relações de trabalho e direitos estabelecidos entre esses sujeitos.
Os “projetos senhoriais” e as perspectivas dos senhores geraram diversos conflitos nas tentativas de exploração do trabalho entre os anos de 1878 e 1916,
com trabalhadores que constituíram múltiplas experiências. O autor aborda e analisa conjunturas distintas da nossa história, demonstrando os embates entre os direitos de propriedade, os acordos estabelecidos, os conflitos e as transformações sociais e materiais dos trabalhadores.
O livro, por diversos motivos, é uma contribuição historiográfica incontornável para os pesquisadores que se interessam em compreender um pouco mais sobre continuidades e descontinuidades nos “mundos do trabalho”.
— Jonis Freire, Instituto de História - UFF
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Esta pesquisa representa uma contribuição crítica significativa aos estudos sobre a “transição do trabalho escravo para o livre” no Brasil, particularmente no contexto do Vale do Paraíba Fluminense. O trabalho se distingue pela abordagem metodológica rigorosa que combina análise serial e qualitativa de fontes primárias, permitindo uma compreensão multifacetada do processo histórico em questão.
A delimitação temporal e espacial demonstra precisão analítica ao focar no período entre 1878 e 1916, marcos que correspondem respectivamente ao Congresso Agrícola do Rio de Janeiro e à aprovação do primeiro Código Civil brasileiro. O recorte geográfico do Corredor Cafeeiro oferece uma amostra representativa das transformações ocorridas na região cafeeira fluminense.
A estrutura argumentativa revela maturidade teórica ao confrontar os projetos senhoriais idealizados, expressos nos testamentos, com a realidade dos conflitos sociais
documentados nos processos criminais e cíveis. Esta perspectiva permite compreender as tensões entre as expectativas da classe proprietária e as estratégias de
resistência e negociação dos trabalhadores rurais no período pós-abolição.
O estudo contribui para o avanço historiográfico ao analisar as diversas modalidades contratuais experimentadas no período e os conflitos em torno dos direitos de propriedade, oferecendo uma visão nuançada das relações sociais de trabalho no contexto de transformação do sistema produtivo cafeeiro.
— Maria Helena P. T. Machado, Professora Titular, Departamento de História da USP
Código: |
L004-9788584045471 |
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Autor |
Felipe de Melo Alvarenga |
Editora |
HUCITEC |
Idioma |
PORTUGUÊS |
Encadernação |
Brochura |
Páginas |
0 |
Ano de edição |
2025 |
Número de edição |
1 |