A Idade Média foi a “idade das trevas” — essa é a imagem preconceituosa que ainda hoje se difunde, motivada por séculos de propaganda iluminista. Em romances e no cinema, e mesmo nas escolas e nos livros didáticos, uma falsa ideia de progresso faz pintar os construtores de catedrais como bárbaros, os teólogos escolásticos como fanáticos e o medievo como uma época negra de intolerância, medo e ignorância. Régine Pernoud foi figura central no movimento de historiadores que, já a partir do século XIX, se propuseram a desmistificar essa imagem com pesquisas maduras e realistas. Neste seu livro de juventude, que foi sua estreia na seara e é seu grande clássico, ela ataca o problema desde vários pontos de vista — sociedade, costumes, política, educação, artes, ciências —, dando-nos um grande painel da Idade Média em toda a sua luminosidade.