• Folias e foliões na terra santa

“Santos reis aqui chegou... E também o folião!...” É o canto altissonante que as diversas vozes em coro fazem ao chegar numa casa, dentro do giro que começa na residência do festeiro, folião ou embaixador, e termina no pouso da janta. É raro alguém que nunca tenha ouvido esse canto ou visto o colorido das roupas dos festeiros, a máscara do palhaço ou o balançar da bandeira à frente do grupo. As folias de Santos Reis vieram de Portugal, por volta do século XVIII, e ganhou as graças da população, a qual passou a devotar seus louvores aos Reis Magos, entre 24 de dezembro de 06 de janeiro de todo ano. Conforme relata Câmara Cascudo, em seu Dicionário do Folclore Brasileiro, o termo “folia” já era comum nas terras lusitanas, e era usado para designar uma dança ligeira, ao som de instrumentos e canto, que aos poucos foi revestida de um caráter de confraria e de devoção espiritual. Embora fossem usadas encenações parecidas pelos jesuítas no sentido de incentivar os índios a aprender os preceitos e tradições cristãs, a folia propriamente dita é fruto da iniciativa popular e mais comuns na zona rural, onde os grupos se reúnem nesse período, e até fora dele, para celebrar o feito e render seu culto aos Reis e ao menino Jesus. As migrações urbanas provocaram mudanças nos costumes, no canto e no giro, mas não impediram que trouxessem para as movimentadas ruas da cidade, como parte de sua visão de mundo e foram de vida. Como disse um dos entrevistados: “Grupo de folia é igual filho, passa a fazer parte da vida da gente e aí ainda que se queira, não dá mais para dele se desligar”

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Autor Wilson Alves de Paiva
Editora CRV
Idioma PORTUGUÊS
Encadernação Brochura
Páginas 114
Número de edição 1

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Folias e foliões na terra santa