Os arranjos familiares estabelecidos entre homens e mulheres escravizados e livres que viveram na cidade de Crato, região do Cariri, no sul do Ceará, entre os anos de 1850 e 1884, inspiram este livro. O seu horizonte é o do tráfico interprovincial de escravos provocado pela instituição da lei Euzébio de Queiroz, que proibia o tráfico transatlântico de africanos e africanas, e que significou a venda de grande parte dos cativos das chamadas províncias do norte para trabalhar nas lavouras cafeeiras sobretudo de São Paulo e Rio de Janeiro. Contexto que se constituiu em tensões e incertezas para as famílias escravas existentes no Cariri cearense, posto que contribuiu para a desarticulação de muitos desses núcleos. O intuito principal deste estudo reside no estudo do estabelecimento de grande número de arranjos familiares, os mais diversos (nucleares, matrifocais e monoparentais), entre os cativos, mas também entre eles e homens e mulheres livres e pobres no cariri cearense em escravarias pequenas, o que o consenso historiográfico via de regra entendeu como de difícil consolidação. Ao contrário, estas famílias tiveram certa estabilidade. Nos inventários post-mortem, registros de batismos, jornais da época e fundos de manumissão surgiram as famílias de Pedro e Delfina, com seus seis filhos concebidos ao longo de 12 anos soubemos da fuga da escrava Quitéria em busca de seus parentes e vimos a cativa Sebastiana constituir uma família matrifocal, ter filhos e apadrinhar as crianças de suas companheiras de escravidão. Assim como também foi percebido os usos e estratégias estabelecidas para o arranjo e manutenção desses núcleos familiares por homens e mulheres de quem se dizia: Quem é cativo não ama!
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| Autor | Ana Sara R. P. Cortez Irffi |
| Editora | CRV |
| Idioma | PORTUGUÊS |
| Encadernação | Brochura |
| Páginas | 174 |
| Número de edição | 1 |

