É um empreendimento de grande fôlego, realizado com a determinação e o rigor que caracterizam o trabalho de pensamento de Paul Ricoeur, colocando em diálogo os mais diferentes autores, respeitando-lhes o trabalho e extraindo deles o mais relevante ao desenvolvimento de sua própria investigação. (...) É assim que começa o empreendimento, aproximando a conhecida meditação de Agostinho sobre o tempo no Livro XI das Confissões da também clássica meditação de Aristóteles sobre a tragédia na Poética, sem negar as distâncias entre elas, tomando para si a responsabilidade da articulação. A tese fundamental, fundadora do empreendimento, é forte: é a narrativa que torna acessível a experiência humana do tempo, o tempo só se torna humano através da narrativa. (Hélio Salles Gentil, da Introdução à edição brasileira).