Depois de ter sido considerado um dos pensadores mais influentes do cristianismo por cerca de um milênio, a identidade apostólica deste autor passou a ser questionada, até ser descartada e o nome “Dionísio Areopagita” reconhecido como um pseudônimo. O juiz ateniense convertido por Paulo (At 17,34) provou-se na verdade um intelectual familiarizado com a filosofia desenvolvida na Academia platônica pouco antes de seu fechamento pelo imperador Justiniano, no século VI. O corpus preservado sob esse pseudônimo compreende 10 epístolas e 4 tratados, nos quais a ideia sobressalente é a da mais absoluta transcendência de um Deus que, por situar-se além da inteligência, só pode ser conhecido na “escuridão mística do desconhecimento”.