Qual a função da educação? Essa pergunta ganha outro corpo quando caminha no chão de um mundo destroçado pela tragédia colonial. A educação como fenômeno que entrelaça vida, arte e conhecimento ressalta-se como força política e ética do humano. Porém, é necessário lembrar que esse mundo em que estamos, erguido a partir dos destroços coloniais, edifica-se capturando e violentando a dignidade existencial de muitos. Nesse sentido, haverá sempre aqueles que investem em negar a força libertadora da educação, tentam convertê-la meramente em um modo de escolarização fiel aos padrões dominantes. Esses assim fazem pois sabem o poder que a educação como prática de liberdade tem em reposicionar os seres e fazer com que sejam responsáveis pela condução do mundo. Esse outro horizonte de reposicionamentos e conduções está implicado com a justiça social e cognitiva que rompe com os privilégios do protetorado dos dominantes. Nos contextos que vivenciam os efeitos da violência colonial, a educação assume a emergência em ser decolonial. Assim, a sua principal função não é adequar-se à lógica gerada para manter a desigualdade, mas contrariar esse padrão alargando percepções, gramáticas, realidades e recuperando a dignidade daqueles que foram subordinados à violência. O ensinamento generoso que Tatiana Fuly nos dá, em cada uma dessas páginas ajuda-nos a permanecer de pé e caminhar nutrindo esperança, utopia e amor próprios da educação como frente de luta por liberdade.
Luiz Rufino
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Autor |
Tatiana Fuly |
Editora |
APPRIS |
Idioma |
PORTUGUÊS |
Encadernação |
Brochura |
Páginas |
135 |
Ano de edição |
2022 |
Número de edição |
1 |