O livro Em busca do “match perfeito”: Afetividades entre redes, desejos e dilemas aborda o amor como uma prática cultural, trazendo reflexões acerca das relações afetivas desempenhadas a partir de redes sociais digitais como Facebook e o Tinder. Tais reflexões são tecidas a partir de uma análise cultural que incluiu o exame de narrativas que congregaram enunciações retiradas de Perfis do Tinder e pautadas em postagens nas páginas do Facebook “Omi no Tinder” e “Pérolas do Tinder”, que narram relações afetivo-sexuais de inúmeros e plurais modos, ora pautadas em configurações bastante tradicionais, ora impregnadas por formas consideradas alternativas de viver o prazer e a sexualidade com outras configurações caracterizadas pela fluidez, liberdade, prazer e imediatismo.
O advento e a popularização da internet e da tecnolgia digital, sobretudo, com o desenvolvimento e popularização dos smartphones, têm alterado os nossos modos de ser e estar no mundo, de maneira que se tornou lugar-comum o fato de que estamos constantemente sendo interpelados/as pelas inovações tecnológicas e, paradoxalmente, “correndo atrás” para acompanhá-las. Convivemos, então, com a sombra do “obsoleto” e, a partir disso, criamos e recriamos modos possíveis de ser, de nos relacionar, consumirmos, enfim, de figurar nessa sociedade que preconiza a imagem, o ser visto/a e, de preferência, “curtido/a”. Para nós, seres humanos que (sobre)vivemos em grupos, a ação de constituir, (re)configurar e (re)significar redes de sociabilidade vem sendo uma prática usual ao longo da história da humanidade. As redes sociais digitais são modalidades de redes que no possibilitam vivências e interações no mundo contemporâneo.
Nesse contexto histórico-cultural, cabe indagar: como estamos amando, seduzindo, desejando? Quais são as principais estratégias de visibilidade e sedução que circulam nas redes sociais digitais? Tais perguntas ganham importância, porque nos apropriamos dos espaços digitais, também, para interagir, seduzir, “caçar”, “xavecar” e, entre outros, conversar e fazer amigos/as.
Então, meu convite é: pegue o livro, saia da rede digital, aconchegue-se na sombra, em uma rede, para ler sobre as múltiplas possibilidades de afeto que temos disponíveis. Depois, contate com a sua rede de amigos/as para contar as suas reflexões sobre o amor, ou saia com o “mozão” para conversar e experimentar o amor e, depois, poste foto na rede para a gente curtir!