Em Educação pública e modernização social no Brasil na Conferência Nacional de Educação de 1927 (Curitiba/PR), infere-se que o escrito de uma determinada época revela as contradições da vida humana, explicitando tanto elementos de conservação como também as tendências sociais. Essa compreensão se explicita na ideia de oposição entre o Brasil atrasado e o Brasil moderno; o Brasil da economia cafeeira e o Brasil industrial que aspira diversificar e modernizar os setores produtivos e a vida social e cultural; o Brasil das velhas elites econômicas, sociais, políticas e culturais e aquele que anseia ampliar a participação dos mais distintos setores sociais na vida pública. Situados no contexto de mudanças que marcam a sociedade burguesa nas décadas iniciais do século XX, os autores defendem que o homem nacional precisava ser educado para as lides do trabalho moderno e para a vivência pública democrática. Considerando a importância social da educação na condução dos interesses da vida nacional, eles pleiteiam uma atuação coordenada do Estado na organização do sistema público de ensino. Por fim, o debate promovido pelos conferencistas associando a educação nacional às questões gerais da complexa, diversa e plural vida contemporânea (vida somente possível em sociedade), ilumina a reflexão sobre os limites e possibilidades humanas na história. No livro, examina-se os motivos que mobilizaram intelectuais brasileiros, na década de 1920, a defenderem a ação do Estado na organização da educação pública. O estudo soma-se ao de outros autores, especialmente pela opção metodológica de situar o debate educacional nos limites históricos da sociedade da época em questão.