A discussão em torno da exclusão social tem sido pouco original, porque, ao lado de buscar mostrar outras facetas do problema, volta sempre e reconhecer que a vida mais comum de exclusão, ainda, é a do mercado. A "desafiliação" é um horizonte importante, que enriquece o debate, principalmente, entorno dos problemas da família moderna, mas permanecem como centro de atenção o desemprego e fenômenos correlatos, como a flexibilização das relações de trabalho. Por outra via, é difícil mostrar que parte da população estaria se tornando simplesmente inútil, porque, com um mínimo de visão dialética, a sociedade não é um todo feito de partes justapostas. Ao contrário, esta população "sobrante" representa para o sistema uma pressão a menos sobre recursos disponíveis. Neste sentido, a discussão deixa transparecer, sobretudo, o pavor do centro de tornar-se um dia algo similar ao "Terceiro Mundo". Embora existam autores que mantenham uma visão otimista diante da economia globalizada e competitiva, predomina, hoje, uma expectativa desfavorável, reaparecendo também imagens de ultrapassagem do sistema capitalista, como é o caso de Kurz. A grande questão continua sendo que tipo de sociedade seria capaz de colocar o mercado a serviço da cidadania. E se houvesse tal sociedade, não seria a capitalista?
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Autor |
Pedro |
Editora |
AUTORES ASSOCIADOS |
Idioma |
PORTUGUÊS |
Encadernação |
Brochura |
Páginas |
126 |
Ano de edição |
2002 |
Número de edição |
2 |