• Kaspar Hauser ou a Fabricação da Realidade

O que é a realidade? Como percebemos a realidade? De que modo e até que ponto a linguagem nos permite conhecer o real? Eis os temas básicos do presente ensaio. Para o senso comum, a realidade parece não constituir problema algum: real é todo o universo estável e tangível de sons, cores, formas, espaços e movimentos. Trata-se, no entanto, de uma ilusão: na verdade, o que julgamos ser a realidade não passa de um produto da nossa percepção cultural. Percebemos os objetos que as nossas práticas culturais já definiram previamente, em outras palavras, a realidade já foi fabricada por toda uma rede de estereótipos culturais, que condicionam a percepção. Tais estereótipos, por sua vez, são garantidos e reforçados pela linguagem. O processo do conhecimento é regulado, então, por uma contínua interação de práticas culturais, percepção e linguagem. Suponhamos, todavia, numa hipótese perversa, que nos encontrássemos diante do mundo, desprovidos de práticas culturais, de estereótipos e de linguagem. Como veríamos a realidade? O que perceberíamos? Como olharíamos as pessoas, os objetos, as situações? Pois essa hipótese está visualizada no olhar do protagonista de O Enigma de Kaspar Hauser, filme de W. Herzog (1974).

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Autor Izidoro Blikstein
Editora CULTRIX
Idioma PORTUGUÊS
Encadernação Brochura
Páginas 100
Ano de edição 2009
Número de edição 11

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Kaspar Hauser ou a Fabricação da Realidade