Pelas tramas da academia e pelos fios da memória, Hamilton Celestino da Paixão Filho é autor-narrador-protagonista da sua história, da sua experiência como pesquisador, da sua descoberta e encantamento no encontro com Dalva Damiana de Freitas, Dona Dalva do Samba de Roda, trabalhadora da fábrica de charutos Suerdieck, fundada na Bahia em 1988 e que ficou famosa na Europa. A fábrica está na cidade de Cachoeira, Recôncavo Baiano, antiga região agrícola de maioria negra, onde as mulheres sustentam com trabalho sua economia fumageira, conscientes das suas africanias, do seu legado cultural trazido de Aruanda em manifestações lúdicas e religiosas tradicionais, entre elas candomblé e samba de roda. O SAMBA, ao ser apropriado na categoria de gênero musical-dançante brasileiro, foi esvaziado do seu conteúdo religioso original de rezar, orar na celebração congo-angolana, e, contagiado pela cadência rítmica e gestual do semba, dança popular em Angola semelhante à nossa umbigada, saiu então dos terreiros para ganhar o mundo. Samba do requebrado na palma da mão, sambado no pé, em contato direto do corpo com a terra-mãe, com suas raízes ancestrais. Esta é Dona Dalva do Samba de Roda: mulher negra, humilde, líder de uma comunidade sociocultural reconhecida como patrimônio nacional brasileiro por se tornar na música e na solidariedade grupal a expressão emblemática de uma nação da qual ela faz parte. Em Da Fábrica ao Samba no Pé: o Samba de Dalva, Hamilton Celestino da Paixão a enobrece e exalta em forma de oração. Cidade do Salvador da Bahia, outubro de 2016.
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Autor |
Hamilton Celestino da Paixão Filho |
Editora |
APPRIS |
Idioma |
PORTUGUÊS |
Encadernação |
Brochura |
Páginas |
151 |
Ano de edição |
2018 |
Número de edição |
1 |