Teoria crítica e o colapso neoliberal: política, estética e educação apresenta um conjunto de ensaios dedicados a examinar como experimentamos, neste presumível fim de linha da era neoliberal, a sensação objetiva de estarmos todos envolvidos em gigantesco colapso civilizacional.

Sensação sem dúvida agravada por quem habita país periférico, no qual a modernização ocorre quase sempre por meio da promoção da reposição dos piores arcaísmos nacionais e, dessa maneira, implicando a radicalização constante da barbárie – que teima assim em não ser superada. Modelo de modernização, diga-se de passagem, requerido pela própria dinâmica do capitalismo contemporâneo, hoje capaz de elevar terrivelmente os níveis de exploração dos homens e da natureza e de destruir por toda parte o meio ambiente, talvez até mesmo muitas nações.

O presente livro, contudo, indica ser ainda possível não nos deixarmos ser colonizados pela impotência ou pela inércia: ao contrário, ele se opõe com firmeza às destruições da era neoliberal sugerindo a possibilidade da resistência e da transformação. Esta, entretanto, requer, como condição necessária, a crítica radical: a reflexão acurada e bem acurada e bem calibrada pela dinâmica social a fim de – quem sabe? – futuramente informar uma prática por ela orientada.

Nessa direção, o livro pretende aprofundar a compreensão sobre as condições objetivas e subjetivas do colapso que presentemente experimentamos. Para tanto, o conjunto de artigos nele incluído abarca três níveis de problemas: políticos, estéticos e educacionais. A reunião dos textos almeja construir uma constelação capaz de iluminar alguns dos mais prementes problemas contemporâneas e de, dessa maneira, contribuir para evitarmos o pior.